Não, não vou recitar versículos ou frases retiradas de livros sagrados.
Eu vivo em oração, conversando com Deus e comigo mesma.

Quando eu converso com Deus, peço que ele dê saúde ao meu filho. Peço a ele que acalme o meu coração muitas vezes aflito, sempre ansioso, para que perceba a beleza em cada pequena grande conquista dele. Que segure a minha mão e não me deixe cometer o erro de compará-lo a outras crianças e sim a ele mesmo, sempre.

Peço que a escola nova realmente entenda de inclusão, e que adapte materiais, lições, ambientes, eventos, o que for necessário, para recebê-lo e tantas outras crianças com deficiências diversas.

Peço que as crianças que cruzarem o seu caminho sejam respeitosas, amáveis e empáticas. Que vejam além da diferença e que eles, juntos, formem uma turma de amigos.

Peço que dê forças e saúde para minha família para que quando eu sucumbir de cansaço, consigam me erguer e mostrar o caminho.

Quando converso com Deus, peço para que cuide de tantas mães atípicas por aí. Muitas que foram abandonadas por seus companheiros, que brigam com convênio médico, que esperam por vaga em clínicas, que não têm rede de apoio, ou que estão simplesmente cansadas.

Quando converso com Deus, agradeço pelas amigas que a maternidade atípica me deu. Peço para que ele cuide delas e que dia após dia, o mundo se torne um lugar melhor para criar nossos filhos.

Sim, são muitos pedidos. E se "oração de mãe tem poder", como falam, então, peço que nossos filhos tracem caminhos lindos, cheios de saúde, evolução e rodeados de amor.

Você conhece uma mãe atípica? Mande isso para ela. <3

Por Shadya Hamad em 26.01.23
*Foto de Shane Rounce - Unsplash